Confederação Brasileira de Golfe

A volta de Tiger

05 de abril de 2010

Quem diria: as peripécias sexuais extraconjugais de Tiger Woods podem ter tido, no final das contas, um efeito positivo para o golfe. É mais ou menos aquela máxima: falem mal, mas falem de mim. E nunca se falou tanto de Tiger Woods e, por consequência, do golfe, como nos últimos meses.

Se alguém ainda tinha dúvidas de que estávamos diante de um dos maiores esportistas de todos os tempos (e de uma das mais escandalosas puladas de cerca da história), essas dúvidas sumiram rapidinho desde que o escândalo estourou.

Quando Tiger fez seu primeiro pronunciamento após a eclosão da crise, até Wall Street parou – o volume de ações negociadas por minuto desabou enquanto o campeão se desculpava publicamente. É como se os EUA fossem o Brasil durante um jogo da Seleção na Copa do Mundo.

A volta de Tiger ao golfe (vá lá, nem deu tempo de sentir saudades…) promete ser um dos maiores acontecimentos esportivos de todos os tempos. Há quem diga que vai superar o Super Bowl, a grandiosa final de futebol americano nos EUA.

A Folha de S. Paulo de hoje, segunda-feira dia 5, traz uma matéria de quase página inteira sobre a volta de Tiger, no caderno Dinheiro. O texto, assinado por Jurek Martin, do Financial Times, diz que o retorno de Tiger aos fairways será um evento comparável apenas à posse de Barack Obama.

Jornais e revistas brasileiros nunca dedicaram tantas páginas ao golfe como ultimamente. Tudo bem, o foco não são as jogadas de Tiger, mas suas escapulidas. De qualquer forma, lá estão publicadas fotos de Tiger em campo.

Quem apostou na falência de Tiger e de seus fiéis patrocinadores, como a Nike, quebrou a cara. A marca esportiva registrou um aumento na venda de produtos que levam a marca do jogador durante o período da suposta “crise de imagem”. A Golfsmith, maior rede de golfe dos EUA, registrou um aumento de 8% nas vendas dos produtos da linha Tiger Woods da Nike entre 1º de outubro de 2009 a 31 de março deste ano, em comparação com o mesmo período de um ano atrás.

Os ingressos para o Masters mais do que triplicaram de valor depois do anúncio da volta do ídolo – duvido que alguém gastaria dinheiro apenas para ter o prazer de xingá-lo em público.

Tiger Woods é claramente um jogador movido por desafios – basta lembrar sua vitória no US Open, quando venceu depois de cinco dias de golfe com ligamentos rompidos e uma fratura dupla na tíbia da perna esquerda. E desafio Tiger agora tem de sobra.

Depois de ter dado uma visibilidade inesperada ao golfe, resta agora a Tiger voltar a ser o campeão que sempre foi. Espero que o que ele faz entre quatro paredes realmente fique entre quatro paredes. Maioria de seus fãs de verdade não se espelham em sua conduta moral, em sua família ou em sua fortuna. Invejamos, isso sim, seu swing e garra de campeão. E isso não parece ter sido abalado em nenhum momento.
 

* O colunista é jornalista há 15 anos e golfista há 9. Edita o www.blogolfe.com.br e dirige a Albatroz Comunicação, agência de notícias e de comunicação especializada em golfe. 

O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG

 

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