Daniela Murray – Treinos no inverno
Agora o frio aumenta a cada dia. O bate-bola já está fechado faz uma semana. O inverno chegou cedo esse ano (duas semanas antes). Os alunos da Golf-HAK já estão começando o treino indoor. Temos vários equipamentos que vão nos ajudar a manter ou até melhorar o nosso jogo para a próxima temporada. Na verdade, tem uns equipamentos que você tem vontade de jogar pela janela. São certinhos demais. Depois, vem o Bob Rotella e escreve um livro dizendo que o golfe não é um esporte para perfeccionistas. Não é o que esses aparelhos dão a entender. Vocês já vão saber do que estou falando. Me acompanhem.
Os treinos indoor são bem diferentes dos outdoor. Temos 10 tapetes para bater bola. Um deles é usado para fazer análise do swing por video. Aqui não podemos bater bola de sapato de golfe, então usamos tênis. Temos também uma área para treinar o putt. É uma plataforma elevada coberta com um tapete e com buracos. O bola corre que nem louca. Temos dois grupos de equipamentos, que eu apelidei de os “perfeccionistas” e os de “diversão”. Vou começar pelos perfeccionistas.
Putting-lab – Esse é o nosso novo brinquedo”. Ele analisa a trajetória do putt, o impacto, o lie, a velocidade, etc. O grupo avançado foi o primeiro a brincar com ele. Eu achava que eu pateava bem, mas depois de testar o aparelho fiquei envergonhada com o meu jeito de patear. A trajetoria do meu putt estava torta, o impacto não era no meio do putter, a base do putter estava muito perto do chão, e por aí vai. Tudo muito errado. Fiquei a tarde inteira treinando com ele. Cada vez que eu achava que tinha pateado bem, ele me informava que ainda estava torto. Deu uma vontade de chutar ele pela janela! Ele não só testa o seu putt como tambem sua paciência.
Vídeo – No inverno nos concentramos bastante no aspecto técnico. O vídeo é ótimo para ver o swing. Não usamos o vídeo só no inverno, mas é nessa época que mais usamos. O bom do video é que cada aluno já tem o swing gravado; e agora quando cada um for filmar de novo vai poder ver as diferenças. Eu comparei o swing do começo da temporada com o de agora: ele melhorou bastante. Está mais compacto, estou batendo mais forte, etc. Claro, ainda tem coisa para mudar.
Launch monitor – Esse é o equipamento de “diversão”, que você pode usar sem o seu técnico do lado. O launch monitor dá a velocidade da cara do taco, a distância que a bola vôou e o grau de abertura do taco na hora do impacto. Você também pode ajustar ele para modo de simulação. Esse modo é o mais legal. Dois ou três jogadores se juntam e o launch monitor te dá um tipo de tacada que você normalmente faz no campo. Cada jogador executa, e o que melhor executar, ganha. A gente tem usado isso muito nos treinos. O perdedor tem que fazer 30 abdominais, dar 7 voltas no campo de futebol ou fazer 20 flexões. Eu joguei duas vezes e escapei do “castigo”.
Como não tem lugar para todo mundo bater bola, o grupo é dividido em dois. Um treina e o outro vai para a aula de coordenação. Nas aulas de coordenação tentamos andar de monociclo, jogamos basquete, os destros tentam bater como canhotos e os canhotos como destros, temos teste de equilibrio, etc. É divertido e duro ao mesmo tempo.
Como no verão estamos jogando bastante torneios, no inverno fazemos tudo que não dá tempo para fazer no verão: course management, regras de golfe, balística, fitting, historia do golfe e termos golfisticos. É tudo muito interessante, mas depois das aulas no inverno temos provas sobre isso no verão. Ninguém disse que a vida de jogador de golfe é fácil.
Bom esse é o nosso treino no inverno. Na próxima coluna vou contar sobre os treinos no verão. Um abraço do frio.
A colunista é campeã do Amador Juvenil 2007, tem 16 anos e é sócia do São Fernando Golf Club. Atualmente treina e estuda na Áustria.
