Confederação Brasileira de Golfe

Em busca de um título inédito

14 de dezembro de 2010

Por Henrique Fruet


Sem dúvidas, a grande atração do 57º HSBC Aberto do Brasil de Golfe será o paulista Alexandre Rocha, que acaba de conseguir seu cartão de acesso para a temporada 2011 do PGA Tour. Para agradecer aos fãs que lhe enviaram mensagens de apoio, Rocha decidiu participar do torneio, que classifica como “o mais importante do país”, e tenta um título inédito em seu currículo, que inclui participação em circuitos profissionais no Canadá, Europa e Ásia. Nessa entrevista, Rocha conta ainda das dificuldades que aguardam os jogadores que planejam tentar uma vaga no PGA Tour. Confira:

 

Qual é a sensação de voltar ao Brasil depois de tanto tempo para disputar um torneio profissional?
Rocha –
A sensação é ótima. A última vez que joguei aqui foi em 2005, no Brasil Classic, no São Fernando. É ótimo voltar para casa.

Qual é sua expectativa para disputar o 57º HSBC Aberto de Golfe do Brasil?
Rocha –
Esse é um título que ainda não tenho. Como brasileiro, considero o Aberto do Brasil um dos torneios mais importantes que eu possa ganhar na minha carreira, pois é o Aberto do meu país, é do país que eu terei a oportunidade e orgulho de defender agora no PGA Tour. Eu gostaria muito de vencer o Aberto do Brasil em algum momento da minha carreira, mas não sei se será desta vez, pois estou exausto. Estou muito cansado por todo o processo da classificação e por tudo que aconteceu desde então. 

Como foi a decisão de participar do torneio?
Rocha –
Eu não tinha planejado a viagem com antecipação. Recebi muitos emails e telefonemas de várias pessoas, algumas que eu nem conhecia. Por algum motivo, todos queriam me agradecer por ter conseguido o cartão para representar o Brasil no PGA Tour. Mas, na realidade, sou eu que tenho que agradecer essas pessoas pelo apoio e pela torcida. E vi que não havia maneira melhor de fazer isso do que vir pessoalmente e jogar o Aberto do Brasil, prestigiando o campeonato mais importante do meu país.

Você não conhece ainda o campo do Alphaville Graciosa, mas já deve ter ouvido dicas de outros jogadores…
Rocha –
Me disseram que é um campo com greens super ondulados e não necessariamente muito longo. Pelo que ouvi, é um traçado que exige muita precisão.

Como está sendo reencontrar os amigos e público brasileiro depois de tanto tempo?
Rocha –
A sensação é incrível. Nunca esperava essa reação – tanta gente acompanhando, torcendo e sofrendo durante a classificação. As pessoas estão demonstrando muita atenção e carinho comigo e com a minha família. Está sendo muito bacana.

Como você acha que sua entrada no PGA Tour pode impulsionar o golfe no país?
Rocha –
Vou vestir com muita honra a camisa do desenvolvimento do golfe no Brasil, mas é algo que não depende só de mim. Farei o melhor que puder. Representar o Brasil no PGA sem dúvida é um grande passo. Mas preciso da ajuda da CBG, das federações locais e de pessoas que tenham a mesma visão que eu tenho. A parte que eu posso fazer é de exposição, é chamar a atenção das pessoas. Mas cabe aos dirigentes fazer um plano e desenvolver projetos que incluam o desenvolvimento de todas as categorias de golfe, começando pelos infantis e chegando aos profissionais. Existe hoje em dia no Brasil um projeto que funciona muito bem e que vai dos juvenis até o amador, mas que pára no nível amador. Os profissionais ficam cada um por si. A única maneira para que nosso esporte se desenvolva no Brasil como se desenvolveu em outros países, como Argentina, Índia e África do Sul, para ficar em alguns exemplos, é ter um tour profissional interno competitivo. Isso é importante, pois os profissionais viram exemplo para os juvenis e amadores daquele país.

Em 2011 a CBG vai organizar o CBG Pro, circuito com quatro torneios ao longo do ano…
Rocha –
É algo absolutamente indispensável e necessário, sem a menor dúvida.

Mais do que nenhum outro brasileiro, você sentiu a dificuldade que é entrar para o PGA Tour. Que conselhos daria para outros jogadores que tenham o mesmo sonho?
Rocha –
Tem muita coisa que eu poderia dizer… A parte fundamental é que as pessoas têm de entender é que isso não é algo que acontece da noite para o dia, nem na primeira tentativa. É muito fácil perceber qual é o nível de dificuldade e fácil de sentir a frustração. O difícil é você aguentar esse período que leva até que você se acostume ao nível que você tem que jogar. Esse período é muito difícil. Pode ser um período em que as pessoas não acreditem em você, pode ser um período em que você mesmo não acredita em você. Você pode ficar sem apoio, principalmente financeiro. É um período de provação. Se você passa por essa fase sem perder a noção de qual é o seu objetivo no final, eventualmente você irá alcançá-lo. O que eu queria explicar é que é muito mais difícil do que eu imaginava e muito mais difícil do que qualquer pessoa que nunca tentou possa imaginar.

Como andam seus patrocínios?
Rocha –
Nesse momento, tenho três patrocinadores principais assinados, os três estrangeiros. A Taylor Made me fornece todo o equipamento de golfe, a Hugo Boss é a companhia que me veste e a Adidas, que faz parte da Taylor Made, é quem me fornece os sapatos. Já estou estudando novas oportunidades que surgiram. Estou contente em dizer que algumas delas surgiram aqui no Brasil. É um processo, mas já estamos em tratativas. 

Quais são seus planos para depois do torneio?
Rocha –
Volto para os EUA na segunda-feira. Na terça-feira já vou na Taylor Made para fazer os testes de equipamento. Terei uma pequena pausa para o Natal e Ano-Novo, e aí começo a temporada do PGA Tour no Hawai, com o Sony Open, e com outros dois torneios em seguida. Aí terei uma folga de duas semanas pois haverá torneios para convidados e aí planejo voltar ao Brasil de férias por duas semanas. Sem tacos, sem nada, apenas com mulher e filho para descansar.
 

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