Confederação Brasileira de Golfe

Mente sã, golfe melhor

21 de janeiro de 2008

por Daniela Murray

Nessa e nas próximas duas colunas vou apresentar minha equipe de 3 coaches da escola GOLF-HAK, aqui na Áustria. Vou começar com uma pessoa que tem me ajudado muito: Patrizia Hagen, a minha psicóloga.

A entrevista foi numa quarta-feira. Tínhamos acabado a deliciosa massagem Tailandesa (ajuda a liberar a energia negativa do corpo) que a Patrizia faz; eu parecia que estava em transe. Foi nesse clima de descontração e paz que aconteceu nossa conversa. Foi um papo ótimo, pois Patrizia, além de sua competência profissional, é uma pessoa muito bem-humorada e positiva.

Onde você estudou psicologia esportiva?
Na verdade, estudei 3 anos em Londres como designer gráfica. Veja só! Mas um belo dia percebi que trabalhar na frente do computador horas e horas a fio não era a minha praia. Foi quando decidi estudar psicologia voltada para o esporte no Schlossberg Institut em Graz. Para completar, fiz um curso de massagem tibética com Helga Weissenbacher, também em Graz.

Por que psicologia?
Eu adoro trabalhar com pessoas. O meu marido tem um pouco de “culpa” nessa história, pois ele é professor de golfe e me disse que muitos juvenis precisam de suporte psicológico. Não me arrependo de ter deixado de ser designer para trabalhar com jovens. Estou muito feliz fazendo o que faço. Os jovens são fascinantes, criativos e cheios de energia.

Há quanto tempo você é psicóloga?
Já faz 5 anos. Na GOLF-HAK somente 2 anos. Esta escola foi uma boa escolha, pois tem uma maior diversidade de golfistas jovens.

Quais são os problemas e deficiências que você ajuda os jogadores a superarem?
Antes de tudo, ajudo a quebrar o preconceito que muitos jovens têm contra a psicologia esportiva. Muitos ainda acham que psicólogo é para louco ou para pessoas fracas. Mas é muito ao contrário: é para ajudar as pessoas que querem vencer e que buscam superar as deficiências naturais do ser humano. A psicologia esportiva é um complemento a mais no jogo. Eu ajudo os alunos a ultrapassarem barreiras mentais. Também fazemos a massagem tailandesa para tirar a energia negativa. A terapia das batidas (são leves batidas em diversos pontos do corpo) ajuda a fixar um pensamento e também alivia dores. Converso com os alunos não só sobre o golfe, mas também sobre a vida pessoal, pois tudo é interligado na vida. Ninguém pode imaginar o quanto que uma vida pessoal mal resolvida, pode atrapalhar o jogo, mesmo no nível inconsciente.

Qual a importância do acompanhamento psicológico para um jogador tornar-se um vencedor?
Todos os grandes jogadores têm um psicólogo. Eu acho que é muito importante, porque o psicólogo é uma pessoa que pode mudar o jeito que um atleta vê as coisas. No inconsciente, o jogador também está se livrando de um peso à medida em que começa a levar o lado psicológico a sério. Às vezes até um leve desentendimento com o vizinho pode alterar o seu score. Na conversa com um psicólogo você libera o que o incomoda e aprende a se fortalecer mentalmente. Isso tem um resultado muito positivo no desempenho do jogador.

Quando dois jogadores, numa final, têm o mesmo nível de jogo, é a firmeza mental que decide quem vai ser o vencedor?
Existem tantos fatores que podem influenciar, mas sem dúvida a firmeza mental ajuda muito e pode ser um fator decisório.

Você é casada com o Ralph (um dos treinadores da GOLF-HAK). Quantos filhos vocês tem?
Temos duas filhas, a Laura, com 14 anos, e a Timna, com 11.

Quais são seus hobbies?
Gosto de correr, malhar, esquiar, viajar, dançar e de vez em quando sair à noite.

Então eu tenho uma psicóloga baladeira?
Não! Geralmente durmo cedo, mas quando eu saio, fico fora de casa até tarde. É culpa do meu marido! (Risos).

Na sua opinião, qual lugar todo mundo deveria visitar pelo menos uma vez?
Uma estação de cura do câncer. A minha filha Laura quando era pequena teve leucemia. Eu passava dias na estação, era incrível. Eu mudei o meu jeito de ser e ver o mundo. Depois que você passa por essa experiência, sua visão fica muito relativada.

Uma frase para refletir ou até filosofar.
As coisas são difíceis até ficarem fáceis

Como você resumiria numa frase seus objetivos profissionais?
O meu objetivo maior é conseguir trazer as pessoas para mais perto de si, ajudarem-nas a se aceitarem.

A colunista é campeã do Amador Juvenil 2007, tem 17 anos e é sócia do São Fernando Golf Club. Atualmente treina na Áustria.

dani_amigona@hotmail.com

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