Nordeste impressionou Peter Walton
Foram duas semanas de andanças pelo Brasil. Depois de acompanhar a etapa do circuito “Conheça o Brasil Jogando Golfe”, em Comandatuba, na Bahia, o consultor norte-americano Peter Walton (foto) percorreu mais sete estados do País, visitando os principais empreendimentos turísticos de golfe. Uma das regiões que mais o impressionaram foi o Nordeste.
Presidente mundial da International Association of Golf Tour Operators (IAGTO) e um dos maiores especialistas em turismo de golfe do mundo, Walton reuniu-se com diversas autoridades dessa indústria no Brasil. Tudo que viu e ouviu por aqui fará parte de um estudo minuncioso que permitirá a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento e Promoção do Turismo de Golfe do Brasil, projeto criado pela CBG, que tem a coordenação dos consultores do Bureau Brasileiro de Turismo de Golfe, Celso Teixeira e Lilian Urata.
No Nordeste, Walton teve a oportunidade de verificar a evolução ocorrida na estrutura dos empreendimentos ligados à modalidade naquela região. Ainda na Bahia, o consultor percorreu a Costa dos Coqueiros, onde conheceu o projeto do grupo Iberostar, que contará com um campo de golfe, além de 1600 apartamentos, com inauguração parcial até o final deste ano.
As visitas técnicas à Costa do Sauípe e à Praia do Forte também foram bem produtivas. No primeiro caso, viu-se a melhoria e o salto de qualidade do Sauípe Golf Links, enquanto no segundo, constatou-se a inclusão da Praia do Forte como uma excelente opção de hospedagem na região.
A novidade é que Sauípe, Iberostar e Praia do Forte Eco Resort Hotel pretendem constituir um cluster, que contará com dois campos de golfe, tornando o local o primeiro destino de golfe e turismo no Brasil com dois campos de qualidade internacional num raio de 20 quilômetros.
Em reunião com o superintendente de Investimentos em Pólos Turísticos do Estado da Bahia, Érico Pina Mendonça Jr., destacou-se a importância do acesso aos campos como um dos pontos fundamentais para a venda adequada do turismo de golfe ao mercado internacional. Segundo Walton, o golfista estrangeiro está disposto a viajar longas distâncias desde que possa jogar no mínimo em três ou quatro campos situados num raio próximo. Cogitou-se a possibilidade da construção de uma rodovia no trecho de Belmonte a Canavieiras com 100 quilômetros de extensão aproximada, interligando os campos de Comandatuba ao Terravista Golf Course, reduzindo consideravelmente o percurso entre os dois campos.
Além da Bahia, Walton visitou Fortaleza, onde conheceu os projetos hoteleiros do grupo Vila Galé, em Cumbuco, do Banco Privado Português, em Aquiraz, e do grupo Marilha, o Camocim Global Village. Um aspecto importante dessas visitas tem sido mostrar às autoridades turísticas locais a importância que o turismo de golfe terá em termos econômicos e sociais para aquelas localidades.
Em Natal, foram apresentados os projetos de quatro campos de golfe do Pólo de Turismo Ecológico e Aventura Pitangui e do grupo norueguês Frantzen Holding, presidido por Torben Frantzen. Recife, cujas iniciativas no segmento também impressionaram Walton, fechou o circuito Nordeste.
Segundo Celso Teixeira, que também é presidente da Federação Centro-Oeste Nordeste de Golfe, há uma necessidade imediata de se planejar estrategicamente os campos de golfe no Brasil. “É preciso criar pacotes adequados ao perfil de cada mercado internacional e fazer um levantamento de todos os projetos, para que nos próximos 10 anos possamos traçar as diretrizes do turismo de golfe no País”, afirma Teixeira.
O relatório final feito pela IAGTO sobre o Brasil será apresentado durante o 1o. Congresso do Golfe Brasileiro, em março de 2006. A partir daí, órgãos oficiais de turismo, entidades, empresas do trade e empreendimentos de golfe terão a sua disposição os parâmetros para a execução da Estratégia Nacional de Desenvolvimento e Promoção do Turismo de Golfe do Brasil.
