Confederação Brasileira de Golfe

Uma jovem veterana

12 de março de 2007

por Henrique Fruet e Marco Frenette

Três dias bastaram para tornar a paranaense Ângela Park a nova coqueluche do golfe nacional. Com apenas 18 anos, ela teve uma performance digna de jogadoras com muito mais experiência e conquistou a terceira colocação no Fields Open, seu segundo torneio no LPGA Tour, circuito feminino mais bem pago do mundo.

Agora, ela se prepara para seu terceiro desafio da temporada, o Mastercard Classic Honoring Alejo Peralta, que será disputado sexta-feira 9 ao domingo 11 na Cidade do México – a carioca Candy Hannemann também participa do torneio, cujo título será defendido pela sueca Anika Sorenstam, a melhor do mundo.

No final de 2006, Angela garantiu sua vaga no LPGA ao terminar empatada em quinto lugar na seletiva final do circuito. Profissional desde abril do ano passado, a jovem nascida em Foz do Iguaçu já ostenta um currículo invejável: conseguiu sete colocações entre as dez primeiras colocadas do Futures Tour, circuito de acesso ao LPGA. Como amadora, venceu cinco torneios da American Junior Golf Association (AJGA) e foi semi-finalista do U.S. Women´s Amateur Championship. Venceu o Dixie Amateur Championship e o Junior Orange Bowl, ambos em 2005. Antes de se profissionalizar, competiu no Kraft Nabisco Championship e terminou empatada em 15o lugar – o melhor resultado entre as amadoras que competiram.

Agora, essa jovem fã de karaokê lidera a corrida pelo disputado título de Rookie of The Year, o cobiçado prêmio de estreante do ano. Se depender da torcida brasileira, o título já é dela. Apesar de jovem, Ângela já apresenta um jogo sólido e consistente, de dar inveja a muitas veteranas. Nessa entrevista exclusiva à CBG, ela falou sobre sua estréia de sucesso e outros assuntos.

Você ficou muito nervosa na final do Fields Open?
Não, não estava nervosa. Senti um pouco de pressão em alguns putts importantes. Tentei lidar com isso pensando que estava em apenas outra partida de golfe qualquer. Tudo que tentei fazer foi me divertir.

Você acha que o rain delay atrapalhou sua performance?
Acho que não. Na verdade, me fez concentrar mais no golfe. Mas fiquei um pouco cansada no último dia, quando joguei 27 buracos. Não havia dormido bem na noite anterior.

Como foi a repercussão da terceira colocação no torneio?
Foi muito legal terminar em terceiro. Uma vitória teria sido melhor, mas eu aprendi tanto durante aquela semana que foi algo sem preço. Estou muito agradecida a Deus, que me deu a oportunidade de viver meus sonhos. Muitas pessoas passaram a me reconhecer e muitas pessoas perguntaram se podiam tirar uma foto comigo. Foi muito divertido.

Quantas horas você treina por dia? Quantas bolas você bate?
Depende do dia. Geralmente, treino das 9h às 18h, com uma hora de intervalo. Costumava bater muitas bolas quando vivia na California, mas atualmente bato em média 200 bolas.

Quantas vezes você vem ao Brasil por ano?
Não muito regularmente. Provavelmente uma vez por ano daqui em diante.

Qual é o seu campo de golfe preferido no Brasil?
Gostei muito do São Fernando. Joguei um torneio lá há algum tempo. O campo estava fantástico.

Você está liderando a corrida pelo título de Rookie of the Year. Já pensava nisso?
Esse virou meu objetivo assim que passei a Q-School (classificatórias para o LPGA).

Você comentou que estava lendo O Golfe não é um jogo para perfeccionistas, de Bob Rotella. O que está achando do livro?
Gostei muito. Acho que ajuda qualquer tipo de golfista, de iniciantes a profissionais. Ajudou meu jogo de formas inimagináveis.

Fala-se muito da importância da parte mental no golfe. Nas suas melhores partidas, você sente que a vitória veio de um maior domínio mental ou ainda há metas na técnica a serem alcançadas para você se colocar entre as melhores do mundo?
Eu acho que durante o meu período de golfe juvenil ou em meu primeiro ano como profissional eu não havia percebido como o lado mental do jogo era tão importante. Mas toda vez que vou jogar aprendo um pouco mais.

Que outros livros você recomendaria aos golfistas?
O livro da Annika Sorenstam, Golf Anika´s Way.

Que jogadores você admira?
Annika Sorenstam, com certeza.

Qual parte de seu jogo você considera mais forte?
Acho que meus tiros de ferro devem ser a parte mais forte de meu jogo. Meu putting é a parte onde mais tenho trabalhado.

Você está contente com as distâncias de seus drives? A distância é algo tão importante para o LPGA quanto é para PGA?
No LPGA, assim como no PGA, você tem de ser ótimo em jogo curto. Se você dominar essa parte do jogo, a distância não afeta muito.

O Brasil tem várias jogadoras juvenis talentosas e apaixonadas pelo jogo, que têm planos de jogar fora do país. Que conselho você daria a elas?
Tudo o que tenho a dizer é para elas se divertirem muito quando estiverem jogando golfe. Curtam o jogo e nunca desistam.

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