Confederação Brasileira de Golfe

Daniela Murray – Nos fairways austríacos

24 de setembro de 2007

Na terra de Mozart, os campos são como sinfonias da natureza. Você pode jogar cercado por montanhas cobertas de gelo ou dar tacadas de tees com vistas maravilhosas para cidades e florestas

Aqui na Áustria os campos são mais curtos do que no Brasil, especialmente para as mulheres. E são também muito lindos, embora eu sinta falta de uma vegetação mais diversificada. Como o inverno é muito rigoroso e neva muito, não dá para ter uma grande variedade de plantas. Mas os campos são como devem ser: verdes. Às vezes acho que são verdes até demais. Os campos nao têm nenhuma outra cor! Tem gente que fala que o importante é a qualidade do campo, mas uma corzinha diferente iria dar um pouco mais de alegria ao jogo. Mas repito: são todos lindos de morrer. Se há excesso de verde nas raias, os entornos dos campos acabam fazendo a diferença. Sempre fico impressionada com as vistas panorâmicas. Em um tee você bate do alto de uma montanha; em outro, você está próximo a um lago enorme com com águas cristalinas; e no próximo você está num plano extenso com vista ampla para uma paisagem maravilhosa.

Em Salzburg, a terra natal de Mozart, joguei em um campo chamado GC Am Mondsee (e vejam que nome bacana, pois Mondsee quer dizer “Lago da Lua”). Ele fica entre um lago e uma montanha. A montanha é como se fosse um imenso paredão natural protegendo o campo. Joguei lá no comecinho da primavera, quando ainda tinha neve. É uma vista maravilhosa. Você olhava para cima e só via uma muralha com neve. E para imaginar a cena completa, não se esqueça de acrescentar um frio que exigia coragem para entrar em campo.

Outro campo que joguei foi o GC Donau, que fica em Linz. O buraco 3 é absolutamente lindo. É um par 4 com um dogleg para a direita, e no tiro para o green você tem que jogar por cima de um lago. O lago é de água transparente, com peixes e plantas. O green é elevado. E tem também uma vista maravilhosa. No segundo tiro voce vê na parte de trás do lago o green, que tem umas pedras grandes ao seu lado. A parede do lago é feita de pedras. No fundo do green tem umas árvores altas com tonalidade verde claro.

Os dois campos de 18 buracos onde minha escola joga são quase iguais. O Panorama é parecido com o Vista Verde, em São Paulo; e o Südburgenland é parecido com o Gávea, no Rio de Janeiro. Os dois exigem condicionamento físico do jogador, mas nesse quesito o panorama é imbatível: de um tee para o outro você anda em intermináveis subidas e descidas. Mas o especial desses dois campos é que eles têm uma vista muito legal sobre a cidade de Stegersbach (onde eu moro) e sobre as outras cidades ao redor.

Tem também alguns campos curtos que não são nada fáceis. Um bom exemplo é o GC Loipersdorf. Eu nunca vi um campo com tantos doglegs como esse. Além disso, tem bastante água para dificultar a vida do golfista. Para quem gosta do estilo links, tem o GC Ebreichsdorf, com roughs bem altos para incentivar o jogador a deixar a bola na raia com tiros precisos. O problema é que as raias são bem estreitas! Uma coisa marcante em todos esses campos, como acabaram de ver, é que eles são muito diferentes um dos outros.

Infelizmente, aqui não se pode jogar o ano inteiro como no Brasil. Porém, quando começa a temporada, todo mundo vai para os campos. Eles fecham no começo de novembro e abrem no finalzinho de março. Quando os campos reabrem, é claro que não estão em perfeitas condições. A melhor época para jogar é no começo de junho até quase finalzinho de outubro. Quando a temporada começa, tem torneio todo final de semana em qualquer campo.

Todos os campos têm boas sedes. Elas são modernas, aconchegantes e sem muito luxo. O clube na verdade é formado pela secretária, pro-shop e diretoria. O restaurante, que também pode ser usado como bar esportivo, é um setor que não faz parte do clube. É um restaurante que aluga uma parte da sede.

Cada campo tem um putting-green, um pitching-green, um chipping-green e um bate-bola, que geralmente tem uma parte coberta e equipada com espelhos e tapetes. Na maioria das vezes são os iniciantes que tomam aula lá. Agora já está fazendo um friozinho aqui, mas é a época perfeita para jogar, pois não está nem muito frio e nem muito quente. É uma época que lembra muito o inverno brasileiro.

Na próxima coluna vou falar sobre os treinos e o dia-a-dia dos alunos da minha escola, que se chama GOLF-HAK. Até a próxima.

 

 

A colunista é  campeã do Amador Juvenil 2007, tem 16 anos e é sócia do São Fernando Golf Club. Atualmente treina e estuda na Àustria. 

dani_amigona@hotmail.com

Confederação afiliada

Comitê Olímpico do Brasil Internacional Golf Federation R&A Federacion Sudamericana de Golf Comitê Brasileiro de Clubes

Parceiros

Patrocinadores

Premiações

Mapa do Site