Confederação Brasileira de Golfe

Dulce Yoshikawa – A mulher que manda no golfe juvenil

16 de janeiro de 2002

Dulce Yoshikawa, acompanhando seus filhos, começou a trabalhar com jovens no judô e depois beisebol. Em 1982 passou para o golfe e três anos depois já colaborava com a Federação Paulista de Golfe, com Cristina Debbault e Marico Ota. Depois, passou a Diretora Juvenil com Marico Ota e em outra gestão com Horst Loeck Junior. Hoje ela é Diretora Juvenil da Confederação Brasileira de Golfe e tem metas ambiciosas a cumprir. Com muito trabalho e dedicação vai superando obstáculos, que poderiam ser bem menores, tivessem os jovens maior apoio de patrocinadores.

Como está o desenvolvimento do golfe juvenil?
Em 2002, teremos torneios juvenis a cada dois meses, com jogadores a partir de 8 anos de idade, valendo pontos para o ranking nacional. Estaremos trabalhando em conjunto com a Try Sports, patrocinadora de torneios de tênis. Hoje, como não temos patrocinador exclusivo para os jogadores das categorias até 11 anos, 11 a 15 e 15 a 18, os jovens participam dos torneios de adultos. Só que eles são caros e só os melhores juvenis é que acabam participando, pois as Federações assumem as despesas. Com esse novo sistema que adotaremos este ano, os jovens terão um desenvolvimento muito mais acelerado.

Por que a falta de interesse dos patrocinadores?
Porque o investimento não dá retorno imediato e os custos são altos, com despesas de passagem, hospedagem e alimentação.

O que fazer para mudar?
Procuramos mostrar os aspectos positivos, como a saúde, exercício, companheirismo, a parte social, a concentração. É um desenvolvimento pessoal. Para vencer é preciso ter um esquema de vida. Às vezes os pais não entendem que o lazer é uma coisa, o esporte é outra: é preciso treinar, se concentrar, ter um objetivo. O jovem está representando seu clube, depois o estado e finalmente o país.

O golfe exige responsabilidade maior que outros esportes?
Meus filhos praticaram beisebol, judô, natação e golfe, mas penso que hoje o golfe foi o melhor para eles. Sem dúvida, emocionalmente, é um esporte que exige mais que os outros.

A qualidade melhorou?
Sempre tivemos bons jogadores, mas o aparecimento do Tiger Woods ajudou muito. Mostrou que o jovem pode chegar lá. Acredito que estamos com grupos bons em todos os clubes. Logo vamos ter mais jovens estourando nos rankings e sendo cada vez mais conhecidos em todo o Brasil, como também no exterior.

O Brasil tem condições de ter o número um do mundo?
Os nossos jogadores são bons, mas creio que falta trabalhar mais o lado psicológico. Eles têm todas as qualidades. Só não têm a convicção psicológica de que são bons. O problema é que só se ouve: o americano é melhor, o inglês é melhor. E isso pesa na hora do jogo. Eu sempre lembro: “Para ganhar um torneio, vocês também devem jogar bem no último dia”. Isto, porque nos primeiros dias eles sempre têm bons resultados. Creio que a alimentação não é adequada e, no exterior, eles sentem mais isso, depois de uma semana de jogos. A comida é diferente e muitos estranham e não conseguem se alimentar bem. O jovem precisa ter orientação alimentar desde pequeno. Se ajudarem em casa e nós – dirigentes/entidades na época dos treinamentos e torneios, com certeza eles vão jogar melhor. Uma semana fora é estressante. Quando a cabeça não trabalha, acaba a concentração.

Por que os jovens estão tão bem ranqueados entre os adultos?
Porque estão jogando mais torneios internacionais. Na Copa Los Andes temos o Fernando Guimarães, o Felipe Lessa, a Patrícia Carvalho, a Vicky Meyer, a Angela Park, praticamente a metade de juvenis. Assim eles estão adquirindo maior frieza, habituando-se à pressão. Com mais experiência, quando jogam no Brasil sentem-se mais à vontade.

O jovem hoje pensa em ser profissional?
Sim. Com o exemplo do Tiger Woods, além do interesse do jovem, os próprios pais incentivam.

O campeonato brasileiro de Match Play ajuda?
Sim, pois depende do tipo de torneio que se vai jogar. Temos o jogador de match play e outro de stroke play. Temos que desenvolver os dois tipos de jogadores. No match play focalizamos mais os aspectos pressão e risco. No stroke play, você não pode se arriscar tanto, como no match play.

BATE-BOLA

Você é supersticiosa?
Não. Mas em 1986, uma sexta-feira, estava indo para o Rotary com uma amiga e um gato preto cruzou a frente do carro, muito rápido, de forma estranha. Eu precisei brecar. Minha amiga falou: “Nossa! Não gosto de gato preto. Isso dá um azar…” E eu disse: “Imagina”. E no dia seguinte meu carro foi roubado, uma coisa dificílima de acontecer numa cidade do interior. E o pessoal passou a brincar comigo, dizendo que era por causa do gato preto. Hoje quando vejo um gato preto, pergunto: “Será?” Mas nada mais aconteceu…

Maior conquista no golfe?
Ainda não consegui. Será quando eu conseguir trazer um título juvenil para o Brasil.

O Torneio Hanamitaikai…
É um torneio tipíco do meu clube, ou seja, Bastos, onde representa o florescimento da cerejeira, no Japão. Nós fazemos com a flora do ipê. Depois do torneio fazemos um chá ou um jantar especial à noite e dançamos, vestidas com um kimono japonês, músicas típicas. Isso acontece no período de julho a setembro, dependendo do florescimento dos ipês.

Sonho?
Convencer minha filha a jogar golfe oficialmente. Ela joga de vez em quando.

Cor favorita?
Azul. É tranqüila e traz bons fluídos.

Outras atividades?
Militei antes no judô e no beisebol, sempre acompanhando as crianças. O judô é uma grande escola de vida. Aprender e ensinar o que a gente tem de positivo e espiritual.

Mensagem?
Para os jovens: ter sempre uma meta na vida. Não desanimar nunca. Acreditar que tem alguém lá em cima que está olhando por você. Respeite seus pais e ame sua família, acima de tudo.

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