Confederação Brasileira de Golfe

Ex-funcionário da CBG vai à Olimpíada de Inverno

06 de fevereiro de 2002

O sonho de Renato Hiromi Gimenez Mizoguchi era, desde criança, ser atleta olímpico. Com muito trabalho e perseverança, depois de 13 anos, ele conseguiu realizá-lo. De 08 a 24 de fevereiro, Renato fará parte da equipe de Luge que representará o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno (Olympic Winter Games) em Salt Lake-Partk City, nos Estados Unidos. A cerimônia oficial de abertura é dia 08/02 e a competição acontece dias 10 e 11. O encerramento é dia 24.

Descendente de japoneses, Renato trabalhou na Confederação Brasileira de Golfe de julho de 1990 a outubro de 1993. Lá recebeu apoio de Angélica Giusti, secretária-executiva da entidade, que conta: “Ele teve uma vida muito sofrida. Foi criado pelos avós japoneses e precisou trabalhar logo cedo. Eu o ajudava a levar uma vida melhor em questões culturais, de saúde e até mesmo de higiene”.

Renato conta, em e-mail enviado à CBG, o que fez para seguir atrás do sonho. “Em 1994 eu fui para o Japão. Praticamente fugi de casa para conquistar sozinho um sonho que tinha desde os 13 anos de idade”.

“Depois que saí da CBG trabalhei um tempo com meu tio, depois fui para a Casa Cor e Nec. Na época, surgiu a idéia de ir para o Japão, mas queria mesmo entrar para o Corpo de Bombeiros. Como tive ajuda da igreja que minha avó freqüentava, dia 7 de dezembro viajei. Minha avó chorou muito e queria que eu terminasse o Colegial, pois tinha passado para o segundo ano”.

“Fui sozinho, e o começo foi bastante difícil, pois os japoneses são um pouco frios, acho que por causa da bomba de Hiroshima, mas eles não têm culpa. Em três meses quis voltar para o Brasil, mas agüentei firme. Conheci o Skate In Line (roller) e comecei a praticá-lo, chegando a ficar entre os cinco melhores do Japão na modalidade Half Pipe”.

“Em 1998 uma equipe de Bobsled do Brasil veio para Nagano disputar a Olimpíada de Inverno. Como não eram reconhecidos pelo COB, não puderam entrar na competição. Foi o maior comentário aqui no Japão. Como fã do esporte, mandei uma carta para o presidente da entidade de Bobsled dizendo que eu também tinha o sonho de disputar as Olimpíadas e que eles não deviam desistir”.

“Depois de sete meses, em 1999, pensava em ir para a Inglaterra disputar mais um Mundial de Skate In Line, quando recebi uma resposta do presidente com uma proposta para eu praticar o Luge, pois certamente disputaria a Olimpíada de 2002. Foi uma surpresa e tanto. Pensei bastante, porque estava melhorando muito no In Line, mas, no fim, deixei de lado o Patins e fui para Nagano conhecer o Luge”.

“Não foi fácil eu continuar no esporte. Todo começo de ano eu procurava emprego e quando chegava o inverno em outubro tinha que me demitir. No Japão eles não aceitam que se falte um só dia no trabalho. Troquei mais ou menos uma quatro vezes de serviço. Juntava um pouco de dinheiro para viajar para os Mundiais. Me falta mesmo é patrocínio”.

Renato não vê o tio desde os 19 anos. Hoje, aos 26, não casou, só namorou japonesas e comenta: “Talvez só me case aos 35 anos”.

Sobre o passado difícil, ele diz que foi tudo uma grande lição de vida. “Em troca Deus me deu este belo presente: ser atleta olímpico”.

Na semana passada, Renato estava na Alemanha, em Winterbert, disputando o último Mundial de Luge onde se classificou para a Olimpíada, e enviou um e-mai para a CBG: “Não acredito que meu sonho se realizou. Estou feliz da vida”.

A Olimpíada de Inverno poderá ser acompanhada no site da Associação Brasileira de Bobsled, Skeleton e Luge (www.abbsl.org), onde Renato aparece com destaque na foto da home page, e no da Federação Internacional de Luge (www.fil-luge.org).

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